domingo, 28 de fevereiro de 2010

E você, já se acostumou?



EU SEI, MAS NÃO DEVIA
Marina Colasanti

"Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos
e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor.

E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas, logo se acostuma acender mais cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá pra almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos.
E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz,
aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.

E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer filas para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes.
A abrir as revistas e a ver anúncios.
A ligar a televisão e a ver comerciais.
A ir ao cinema e engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição.

As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
A luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias da água potável.
A contaminação da água do mar.
A lenta morte dos rios.

Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães,
a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui,
um ressentimento ali, uma revolta acolá.

Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torçe um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.
Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo
e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se
da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta,
de tanto acostumar, se perde de si mesma."

***

Será, então, que vale à pena se acostumar?

Bisous!

Iansã

Namastê!


Minha orixá de cabeça, Iansã!

Senhora das tempestades, raios e trovões...

Axé!


O Samba do Zeca é de Ogum...

Namastê!

Acabei de chegar do show do Zeca Pagodinho! Huhu!


Foi bom demais, adorei e superou as minhas expectativas... Pena que não houve bis. Mas tudo bem, valeu mesmo assim, e muito...

Eu, filha de Iansã que sou, fiquei muito emocionada em vê-lo cantar a música dele e do Jorge Ben Jor, Ogum. Como foi a que eu mais gostei de escutar no show - me surpreendeu, não achei mesmo que ele fosse cantá-la - deixo aqui, especialmente para vocês, a letra e três vídeozinhos do Zeca cantando-a, ok? Acho que não há como não gostar.

Salve Jorge, salve Ogum, salve o dragão... salve São Jorge!

Bisous, boa noite e muito samba para todos nós, bambas! Hoje e sempre, né?

***

Ogum / São Jorge

OGUM
Zeca Pagodinho e Jorge Ben Jor

"Eu sou descendente zulu
Sou um soldado de Ogum
Um devoto dessa imensa legião de Jorge
Eu sincretizado na fé
Sou carregado de axé
E protegido por um cavaleiro nobre
Sim, vou na igreja festejar meu protetor
E agradecer por eu ser mais um vencedor
Nas lutas, nas batalhas
Sim, vou no terreiro pra bater o meu tambor
Bato cabeça firmo ponto sim senhor
Eu canto pra Ogum
Ogum...
Ogum
Um guerreiro valente que cuida da gente que sofre demais
Ogum
Ele vem de aruanda ele vence demanda de gente que faz
Ogum
Cavaleiro do céu escudeiro fiel mensageiro da paz
Ogum
Ele nunca balança ele pega na lança ele mata o dragão
Ogum
É quem da confiança pra uma criança virar um leão
Ogum
É um mar de esperança que traz abonança pro meu coração
Ogum
Ooogum...
Deus adiante paz e guia
Encomendo-me a Deus e a virgem Maria minha mãe
Os doze apóstolos meus irmãos
Andarei neste dia nesta noite
Com meu corpo cercado vigiado e protegido
Pelas as armas de são Jorge
São Jorge sentou praça na cavalaria
Eu estou feliz porque eu também sou da sua companhia
Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Para que meus inimigos tendo pés não me alcancem
Tendo mãos não me peguem não me toquem
Tendo olhos não me enxerguem
E nem em pensamento eles possam ter para me fazerem mal
Armas de fogo o meu corpo não alcançará
Facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar
Cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar
Pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Jorge é da Capadócia.
Salve Jorge!"



***

sábado, 27 de fevereiro de 2010

O Estrogonofe e... Eu!

Namastê!

"Mãe, o quê que tem hoje no almoço? Se for estrogonofe já sabe, né? Pede para Antônia separar o meu antes de colocar o creme de leite, hein? Senão, não como..."


Esta era, basicamente - e até um pouco tempo atrás -, a minha relação com o estrogonofe... Ou seja, eu não o comia, ou melhor, comia um falso estrogonofe, já que sem o creme de leite o que resta é um picadinho de filé, ou de frango, ou de camarão... 

De tanto passar fome algumas vezes - em eventos, em almoços na casa da vovó no Domingo, nos quais esqueciam de separar para mim, em aniversários de amigos, em casa mesmo, quando alguém também esquecia... - começei, forçadamente, a comer um pouquinho. E de pouquinho em pouquinho, sempre com mais arroz e batatinha no prato do que propriamente o meu inimigo estogue, passei a apreciá-lo. É... Preciso confessar aqui: hoje acho que era mais uma mania de dizer que não gostava do que verdadeiramente não gostar, entendem? Algo totalmente diferente da minha relação com o jiló e com a buxada de bode, por exemplo!

Assim, ontem, na hora do almoço, quando me vi repetindo um pratinho de estrogonofe de filé, tive que dedicar a ele este post e selar, por fim, nossa inimizade infantil. Já vinha admirando-o faz um tempinho, pedindo no tele-entrega, até... Ontem, a pirraça acabou de vez e aqui está o meu elogio: adoooorrrrroooooo vc, estrogue! Sem mágoas, hein?

Bisous!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Quantas (e quais) são as possíveis formas de amar?

Namastê!

Os céticos e frios de coração que me perdoem - assim com as feias devem perdoar o Vinícius - mas, para mim, amor é fundamental...


Por pensar assim é que, desde pequenininha, eu tenho o hábito de, ao parar para pensar na vida - dispersa em meus devaneios à la "O Fantástico Mundo de Bobby" - fazer uma lista de todas as formas possíveis de amor. Explico-me melhor: de tentar montar uma lista de todos os modos possíveis que nós, humanos, podemos vivenciar a experiência do amor.


Confesso que penso nisso porque o amor - e a capacidade de amar - é algo que me intriga... Na verdade, não só o amor, mas os sentimentos em geral, o fenômeno do sentir, para ser mais exata... Algo tão real e tão cotidiano para todos nós e que me encabula muito! Ultimamente, em especial, tenho refletido muito sobre isso, principalmente porque estou fazendo terapia... Por isso, semanalmente, então, tenho feito este exercício, tenho entrando em contato íntimo comigo mesma e com o meu infinito e particular universo do sentir...

Bom, pensando assim, a minha lista imaginária tem alguns itens, algumas formas de amor bem estabelecidas e, inclusive, por mim já conhecidas e vivenciadas, graças a Deus! Vou compartilhar com vocês... Depois me digam o que acham, seu eu sou louca em pensar desse modo ou se, realmente, tais formas de amar existem...

Aí está:

- Amor quatro-patas, bem tipo “Marley e Eu”. Como não amar profundamente - e ser amado de volta, sem nada a ser pedido em troca - estes peludos?


- Amor adolescente, daqueles que fazem o coração parar quando o garoto mais lindo ou a garota mais linda do colégio aparece no corredor...

- Amor de criança, extremamente sincero, carinhoso e meigo. Aquele que divide brinquedo, balas e, até, pontapés... Hehe!


- Amor de mãe! Este, com certeza, o mais incondicional de todos!

- Amor família... Pelos primos, pelos tios, pelos padrinhos e madrinhas... Amor que, infelizmente, só quem tem família unida é que sente. Um privilégio!

- Amor religioso, por uma crença... Amor de fé, transcedental, espiritualidade pura!


- Amor por um professor ou professora... Atire a primeira pedra quem nunca teve um desses, pelo menos uma paixonite ou grande admiração!

- Amor romântico: homem-mulher ou colorido, não importa. Amor que aperta o peito, que faz suspirar este tipo aqui.


- Amor de Vó e Vô... Hummm, delícia! Amor que faz banana amassada com farinha láctea, que faz todas as vontades, amor que mima e que, de tão bom, até estraga...

- Amor de amigo, de amiga!

- Amor de cunhas e de cunhos. Os meus, gracias, sempre foram os melhores!

- Amor por uma causa, por um trabalho, por um projeto de vida, por uma experiência profissional.


- Amor pela arte. Seja pela música, pela dança, pela pintura, pelo cinema, pelo teatro, pela fotografia... Amor bem cultural este daqui.

- Amor de irmã e de irmão, metade de sangue, metade coração...

- Amor por um lugar, por uma viagem, por uma cidade. Deste tipo, tenho vários!


- Amor-saudade, nostálgico...

Afinal, como cantou Milton Nascimento, "toda forma de amor vale à pena, toda forma de amor vale amar", não é mesmo?

Meu beijo!

***

P.S. I: Post inspirado, também, no filme "Idas e Vindas do Amor"... Por favor, assistam!

P.S. II: Os fãs da Julia Roberts (Quem não a adora? Já, já haverá um post dedicado exclusivamente a ela!) não podem deixar de assistir aos créditos, no final do filme. A pretty woman, ainda que de relance e bem sutilmente, está de volta...

Ichi... Já ia me esquecendo do principal P.S. deste post:

P.S. III: Amor, I love you...

=)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Você já tentou mudar o mundo hoje?

Namastê!

E aí? Você já tentou mudar o mundo hoje? Com uma atitude, um gesto, uma palavra... Qualquer coisa que se sinta, qualquer coisa que valha, faça a sua parte!

Dica: que tal começar juntando-se à Organização das Nações Unidas (O.N.U.) e ajudando-a, a partir de seu bairro, de seu Estado, de seu país, a tentar alcançar as "Metas do Milênio", acordadas há dez anos atrás, em 2000?

Abaixo, para os mais corajosos e nobres de espírito, guerreiros da humanidade, as oito metas. Pois, para mudar o mundo, temos que começar de algum lugar, não é mesmo?


1. Acabar com a fome e com a miséria;

2. Educação de qualidade para todos;

3. Igualdade entre sexos e valorização da mulher;

4. Reduzir a mortalidade infantil;

5. Melhorar a saúde das gestantes;

6. Combater a Aids, a Malária e outras doenças;

7. Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente;

8. Trabalho pelo direito ao desenvolvimento.

Vamos lá?

Bisous!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Carnaval em Caraíva/BA

Namastê, gente!

Fica aqui, em frases e imagens, a minha singela homenagem a todos os amigos mais que queridos, especialmente a Su, que fizeram o meu Carnaval em Caraíva ter sido tão bom e tão divertido! Valeram todas as risadas...

***


"O problema da vida é criarmos expectativas porque aí as situações que gostaríamos de ter vivido tornam-se vírgulas e não reticências..."

*Ana, no ônibus de Arraial para Trancoso


"Tudo que é bom despenteia e eu odeio secador de cabelo!"

*Lu, na praia, de frente para o mar de Caraíva


"Na verdade, está tudo errado com esta aventura... Deveríamos estar usando capacete e uma bóia de segurança. Imagina alguém aqui que não sabe nadar?"

*Su, descendo de bóia o rio Caraíva


"Oxente... Mas que mineiras mais arretadas! Ave Maria!"

*Pati, rindo de mim e da Su no Cantinho da Duca


"Pizza feita com o devido capricho flamenguista para a atleticana mais chata do Brasil"

*Comanda do Romarinho para mim; o pizzaiolo baiano mais pirracento do Bar do Porto


"Vocês por um acaso sabem aonde está todo mundo?"

*Capixabas doidinhas, para mim e para a Su, às 2h da manhã, na areia da pousada Coco Brasil


"Tá querendo ficar preta? Passa o óleo de coco, Lu! O Juninho falou que é bom demais! Olha como eu já tô queimada..."

*Ló, nega (e depois de dois meses de praia), para a minha branquela pessoa, no meu primeiro dia de sol...


"Uma moqueca de camarão, uma salada, farofa de banana, pirão e arroz... Ah, uma água de coco e um suco de laranja também!"

*Su, pedindo o último (e caprichado!) jantar baiano no Boteco do Pará



***

Bisous!


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Comer, Rezar e Amar

Namastê!

Entre as tantas pessoas bacanas e interessantes que conheci em 2009, sobretudo quando morei em Genebra, na Suíça, uma das mais especiais para mim foi - e ainda é - a Tati.

Além dela ser uma mega mulher, com atributos que vão da inteligência à beleza, esta minha amiga querida me ajudou demais. Explico melhor: ela praticamente foi a minha segunda mãe suíça, já que a primeira era a Aryanne, com quem eu morei. Me ajudou a ficar tranquila com a saudade que sentia do Brasil, a encarar os desafios e a pressão de trabalharmos na ONU, a me virar em uma cidade desconhecida, - coisa fácil para ela que já mora na França há alguns anos - a me comunicar em francês... Enfim, rimos bastante, divertimos muito, fizemos juntas uma viagem muito especial para Paris e, principalmente, ralamos e estudamos demais!

Dos "n" conselhos que a Tati me deu ao longo dos nossos três meses de convivência, um dos mais bacanas foi a indicação do livro da norte-americana Elizabeth Gilbert "Comer, Rezar e Amar" ("Eat, Pray and Love").


Ok, ok! Alguns de vocês que já ouviram falar do livro - e das críticas a ele - podem pensar que a história real de Elizabeth - uma mulher de 30 anos que, em conflito, se joga ao mundo em uma viagem de 1 ano de duração - pode parecer mais um guia de auto-ajuda do que qualquer outra coisa. Mas, insisto, vale a pena ler. 

Como eu já fui à Itália duas vezes, a parte do "Comer" era um tanto quanto conhecida para mim. Quase morria de fome, às 2h da manhã, ao ler as passagens em que Liz devora 5 sorvetes em um dia ou 7 pedaços de pizza em outro... Como já fiz algo parecido (mas em proporções reduzidas, já que fiquei na Itália poucos dias e não meses como ela fez), minha identificação foi total com esta primeira parte do livro. Já o "Rezar", para mim que sou católica não praticante (para a tristeza da minha mãe, infelizmente), foi a parte de maior deslumbramento do livro... Se eu já tinha vontade de entrar para a Yoga e ir, um dia, à Índia, fiquei totalmente encantada com a experiência de se viver em um ashram! A parte do "Amar", por fim, é a que eu considero mais emocionante. Romântica assumida que sou, viajei naquela paixão da autora, despertada em plena Indonésia, a ilha do amor! Tudo bem que a minha história de amor não começou em um lugar tão paradisíaco assim... Mas Tiradentes/MG também vale, né?

Gostaria de deixar, então, esta dica de leitura para vocês. Sei que o feriado do Carnaval é, para a maioria, tempo de pura esbórnia, de farra total... Mas, para aqueles que ficarão mais quetinhos, mais "sussas" como diz a Pri Negreiros, o livro é uma boa opção, eu garanto. Se os leitores homens deste blog já estavam pensando que esqueci deles, sendo totalmente anti-democrática ao indicar uma leitura feminista, de mulherzinha, apenas, podem ir mudando de idéia e sabendo que sou, sim, alguém que pensa na felicidade e satisfação dos dois sexos.

Andrew Gottlieb, ao ver o sucesso do livro de Liz, escreveu a versão masculina dele, aliás, com um título nada sutil, bem másculo mesmo: "Beber, Jogar e Transar" ("Drink, Play and Fuck"). Apesar de nunca ter lido, tenho certeza que o livro deve ser, também, muito bacana. No mínimo, divertido!


A experiência masculina passa-se, assim com a de Liz, em três lugares do mundo: Dublin, Las Vegas e Bancoc! Conseguem imaginar o que o autor deve ter aprontado? Talvez, muito do que alguns de vocês querem fazer no Carnaval... Hehehehehe!

Meu beijo!

P.S.: O filme está já sendo feito... Julia Roberts será a Liz e Javier Bardem o namorado brasileiro dela! Perguntem se já não estou surtando de vontade de assistir?


Bahia

Namastê!

"Você já foi à Bahia, Nega? Não? Então vá, então vá..."

Guarajuba/BA

Este talvez seja um dos melhores conselhos que se pode dar a alguém. Aliás, quando Lenine falou isso, e olha que ele é um pernambucano arretado, eu não pude deixar de concordar. Eu já fui à Bahia incontáveis vezes e, graças a Nosso Senhor do Bonfim, passarei este Carnaval lá!

Fitinhas do Bonfim

Terra que me energiza, de mar quentinho, do acarajé, de água de coco doce e gelada, do axé e do forró, do sol de rachar, de camarão até mandar parar, de gente de sorriso aberto, de malemolência sincera, de fala mansa... Aiii, realmente, a Bahia é, pelo menos para mim e para o Caetano, a estação primeira do Brasil!

Muito axé e um ótimo Carnaval para todos!

Este é o meu desejo mais sincero!

Bjokas!


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Alma leve...

Namastê!

Depois de ter passado por um turbilhão, ou melhor, por um terremoto interno estes últimos dias, minha alma, agora, está leve... Se eu pudesse expressar o que sinto em uma imagem, acho que seria algo bem parecido com a ilustração abaixo!

Assim, aí está a foto do dia, a foto da alma leve, bem borboletinha, alma de gente esvoaçante!

Bisous!

Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ





Mais uma do "Poeta Camarada"

Namastê!

A Juruna, uma das minhas amigas que mais adoro, me enviou este texto do nosso amado Vinícius de Morais. Como tudo o mais que o poeta camarada escreveu, este texto é demais... Vale a pena conferir!


***

O HAVER
Vinícius de Morais

"Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera em face da injustiça e do mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo e de sua força inútil.
Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado
De pequenos absurdos, essa capacidade
De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil
E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.
Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser
E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa
Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.
Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão
Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante
E desnecessária presciência, e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo
Estático, e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.
Resta esse desejo de sentir-se igual a todos
De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem memória
Resta essa pobreza intrínseca, essa vaidade
De não querer ser príncipe senão do seu reino.
Resta esse diálogo cotidiano com a morte, essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta como uma velha amante
Mas recuará em véus ao ver-me junto à bem-amada…
Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens"

***
 
Bisous!
 
 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Estudos Diplomáticos & Direito Internacional

Oi, gente!

Abaixo, duas indicações muito bacanas de programas de Pós-Graduação lato sensu em Estudos Diplomáticos e em Direito Internacional, respectivamente.

Para os mais interessados, os detalhes estão na página http://www.cedin.com.br/

Bisous!

***


Curso de Pós-Graduação lato sensu em Estudos Diplomáticos


 
Curso de Pós-Graduação lato sensu em Direito Internacional




Amor, I love you...

Namastê!

A vida é, às vezes, muito engraçada - e apaixonante!

Esta manhã, quando cheguei para recomeçar a lecionar, tive uma surpresa muito feliz... Vai ter que ficar meio em segredo (já que não comento em público coisas que não são minhas), mas foi tão bacana a história de amor que ouvi que resolvi, então, postar aqui uma homenagem "para alguém e este alguém sabe quem..." Afinal, apaixonar-se fulminantemente é algo raro hoje em dia, né?


Como eu sou uma eterna apaixonada pelo meu Nego, resolvi deixar aqui o meu apoio moral - e emocional - ao meu mais novo amigo-apaixonado do pedaço!

Bjokas

***

AMOR, I LOVE YOU
Marisa Monte e Arnaldo Antunes

Deixa eu dizer que te amo
Deixa eu pensar em você
Isso me acalma, me acolhe a alma
Isso me ajuda a viver
Hoje contei pras paredes
Coisas do meu coração
Passei no tempo, caminhei nas horas
Mais do que passo a paixão
É um espelho sem razão
Quer amor, fique aqui
Meu peito agora dispara
Vivo em constante alegria
É o amor que está aqui
Amor, I love you (8x)
"Tinha suspirado,
tinha beijado o papel devotamente!
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades,
e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas,
como um corpo ressequido que se estira num banho tépido;
sentia um acréscimo de estima por si mesma,
e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante,
onde cada hora tinha o seu encanto diferente,
cada passo condizia a um êxtase,
e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações"
Amor, I love you (12x)

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Pátria Madastra Vil

Namastê!

Acabei de ler o texto abaixo e, infelizmente, achei-o muito verdadeiro... Gostei demais!

A autora é uma jovem brasileira, Clarice Zeitel. Ela, que cursa Direito na UFRJ, venceu, com esta redação, um concurso da UNESCO que tinha como tema a seguinte indagação: "Como vencer a pobreza e a desigualdade?"

Espero que vocês leiam, reflitam e me digam se, assim como eu, concordam - ou não - com ela.

Bisous e bom finalzinho de Domingo para todos!

***

PÁTRIA MADRASTA VIL


Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência... Exagero de escassez... Contraditórios? ? Então, aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL. Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade. O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições. Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.

A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na Universidade sem ter-me dado uma bela formação básica. E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição!


É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem! A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão. Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas para isso?

Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil. Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona? Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos. Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?



A Sábia e Bela Audrey!!!



"Para ter lábios atraentes, diga palavras doces; para ter olhos belos, procure ver o lado bom das pessoas; para ter um corpo esguio, divida sua comida com os famintos; para ter cabelos bonitos, deixe uma criança passar seus dedos por eles pelo menos uma vez por dia; para ter boa postura, caminhe com a certeza de que nunca andará sozinho; pessoas, muito mais que coisas, devem ser restauradas, revividas, resgatadas e redimidas; lembre-se que, se alguma vez precisar de uma mão amiga, você a encontrará no final do seu braço. Ao ficarmos mais velhos, descobrimos porque temos duas mãos, uma para ajudar a nós mesmos, a outra para ajudar o próximo; a beleza de uma mulher não está nas roupas que ela veste, nem no corpo que ela carrega, ou na forma como penteia o cabelo. A beleza de uma mulher deve ser vista nos seus olhos, porque esta é a porta para seu coração, o lugar onde o amor reside."

Audrey Hepburn
(1929 - 1993)

Bisous!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

11/10

Namastê, gente!

Eu nasci em um dia 11, de um outubro bemmmm quente, em plena e florida primavera...

O ano era o de 1981 - sim, estou ficando velha, fazer o quê? - e, por muito tempo, nunca tinha conhecido alguém que fizesse aniversário no mesmo dia que eu, considerando que os desconhecidos da comunidade do Orkut "Eu nasci em 11 de outubro de 1981" não contam, é claro!

Em dias próximos ao meu, 10/10, 12/10 e 14/10, por exemplo, tenho vários conhecidos que fazem aniversário, inclusive minha querida estrelinha Tia Naná e Mano, meu primo. Mas até então, no dia 11/10, nada... Até que, na semana passada, quando comprei um CD dele, descobri que o meu sambista preferido, o Cartola, é do mesmo dia que eu, ou melhor, eu sou do mesmo dia dele porque o Sr. Angenor de Oliveira nasceu bem antes de mim, em um 11 de outubro de 1908...


Além de ter ficado feliz por ter encontrado um conhecido (e muito significativo, pelo menos para mim)aniversariante do dia 11/10, me senti honrada e iluminada em ter nascido no mesmo dia dele, mangueirense samba no pé! Fã é fã e ponto!

Como o Carnaval está chegando, deixo para vocês três vídeos dele cantando samba e a letra de uma de suas tantas músicas!

Bisous!

***

Alvorada

Alvorada lá no morro, que beleza
Ninguém chora, não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo, é tão lindo
E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo
(Ah! Alvorada...)
Você também me lembra a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem vida
E o que me resta é bem pouco
Ou quase nada, do que ir assim, vagando
Nesta estrada perdida

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Direto do Túnel do Tempo...

Namastê!

Um dos meus blogs favoritos é o Crack Two - http://www.cracktwo.com/

Além de um monte de coisas e informações interessantes que valem à pena, o blog traz sempre um monte de fotografias bacanéssimas... Ontem, lendo a Marie Claire on-line, descobri que a revista também fuça o Crack Two e, por isso, uma de suas jornalistas descobriu (eu nem tinha visto, ainda) um post com uma série de fotos antigas e inéditas de alguns famosos...

Resolvi, então, colocar algumas aqui para vocês e indicar o blog para consulta (que, na verdade, já consta na lista de favoritos do DETALHES há algum tempo), ok?

Espero que vocês gostem das imagens! Eu curto demais todas as pessoas clicadas abaixo!

Bisous

***

Brigitte Bardot

Marilyn Monroe

Bob Marley

Elvis Presley

Jack Nicholson

George e John

Marlon Brando

Dalí

John Travolta

Kate Moss e Johnny Deep

Madonna

Audrey Hepburn

Sophia Loren

Che Guevara

Liz Taylor

Sean Connery e Brigitte Bardot

George e Pattie

Paul

Picasso

Twiggy

Sean Penn