Namastê!
Retorno: "ato ou efeito de retornar; regresso, volta, reaparição; retorno das andorinhas..."
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Tive a inédita oportunidade, nesta semana que está quase acabando, de retornar aos meus 18 anos. Época tão bacana da vida, nesta idade eu estava cursando o 3º ano do Ensino Médio no Colégio Loyola, aqui em BH. Além de todas as dúvidas e questões emocionais típicas de qualquer adolescente que se preze, uma em especial me atormentava demais naquele ano de 1999: para qual curso eu quero prestar o vestibular? Se até hoje eu penso que é um absurdo alguém ter que decidir o que quer da vida profissional nesta idade, naquela época eu, caxiona que era (e, confesso, até hoje sou), estava desesperada. Mais precisamente, além de estudando como uma louca para passar na UFMG - meu sonho, hoje realizado por duas vezes já -, eu estava diante de uma dúvida cruel: Direito ou História?
Com não conhecia nenhuma das duas profissões a fundo, pois todos aqui em casa são da área médica, eu apostei em fazer Direito, seguindo um conselho da minha ídola professora de História da época, a Sandrinha. Nunca vou esquecer o que ela me disse uma manhã: "Lu, você é a minha aluna mais brilhante de História e, por isso, de coração, te digo: faça Direito". Demorei alguns anos para realmente entender aquela frase e, agora, depois de 11 anos, sei que fiz a escolha certa. Cursei Direito, me formei e, ainda nos anos de Vestusta, começei a também cursar a graduação em História...
Mas bom, e o que isso tem haver com o tema deste post, "Retorno"?
Explico.
Hoje, como monitora da disciplina História Contemporânea e, principalmente, por estar formando este semestre e, também, por ser bolsista do CNPq, fui obrigada a passar um dia inteiro na "Mostra de Profissiões da UFMG". Para mim, que não tenho um segundo disponível na semana, foi um sacrifício e, confesso, imaginava também que seria um saco (desculpem a expressão, mas estava literalmente pensando assim), passar o dia na FAFICH informando a quem aparecesse na sala do curso de História, qual o papel do historiador, qual o salário, as diferenças em se cursar Bacharelado ou Licenciatura, blá, blá, blá...
Acontece que, do tédio e da preguiça algo de mágico aconteceu: a.d.o.r.e.i. a experiência, ou melhor, ela me fez um bem danado! A cada estudante que chegava, pretensos futuros alunos do curso de História, a cada um que me perguntava se eu achava que valia à pena cursar História ou Direito (no mínimo uma grande ironia do destino eu ter que responder a esta questão, o que fiz algumas vezes), a cada dúvida destes vestibulandos de plantão, eu ia voltando, retornando às minhas próprias dúvidas lá do final da década de 1990...
E lembrei-me da adormecida Luciana adolescente, cheia de sonhos com a Universidade, com a carreira, com o futuro. Hoje, o meu futuro, neste aspecto pelo menos, já chegou. Retornando, vi que fiz um bom caminho, que tomei as decisões certas, que me aproximei das pessoas certas, sobretudo as do CEDIN, e que, principalmente, fui feliz! Vivi. E revivi, no dia 29.04.10, um flashback de 11 anos de vida universitária, dos meus dias de grupo de estudos, das já esquecidas provas de Direito Tributário, das discussões do Mestrado, de uma vida que vivo ainda hoje, mas, agora, como formanda e como docente.
Retornei e, neste retorno, percebi o mais improvável, mas também o mais óbvio: cresci, mas ainda sou a mesma. As dúvidas de outrora ainda estão aqui, mas agora em dimensões diferentes. Os anseios de antes também, mas se o meu maior problema era "passar no vestibular", hoje ele seria algo do tipo "como ganhar dinheiro". Menos interessantes e mais capitalistas, talvez, mas os sonhos me acompanham sempre... E, por isso, sou quem eu sou: acredito na vida, acredito nos sonhos e acredito que qualquer um pode sempre ser o que quiser, e sempre, e para sempre, e sempre em mudança.
Somente o ser estático é que me assusta.
Bisous!
P.S.: Amanhã é dia de vitória. Galo campeão mineiro 2010!!! Huhu!!! Galoooooooo!!!
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