quinta-feira, 29 de julho de 2010

O Papagaio Colorido

Namastê!

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O Papagaio Colorido

Era uma vez um papagaio colorido. Ele se chamava Louro. A dona dele se chamava Mara. Que beleza o papagaio da Mara! Um dia, o papagaio vôou para longe e Mara chorou... Chorou... O papagaio vôou para o sítio da vovó da Mara. Mara corre e grita:
- Vovó, você viu o meu papagaio?
- Vi sim, ele está no poleiro.
Chegando lá, Mara diz:
- Vovó, o papagaio não está no poleiro.
Mara chorou... Chorou...
De repente... Mara viu o papagaio na mata verde. Ela gritou:
- Papagaio Louro! Papagaio Louro!
O papagaio gritou:
- Aqui, Mara... Aqui, Mara...
Mara corre, corre... Mara pega o papagaio. Ela ficou feliz. Mara voltou para casa. Mara brincou, brincou com o papagaio Louro. Ela deu semente para ele comer. Mais tarde... O papagaio gritou:
- Vamos passear, Mara?
E eles foram passear no sítio da vovó.

***


Em meio à faxina, encontrei esta redação que, em 1988, quando eu cursava o antigo 3º período no Colégio Loyola, escrevi em conjunto com Fernanda, Carla e Renata, minhas coleguinhas da turma da Lúcia Helena... Transcrevi do jeitinho em que a encontrei, sem nenhuma alteração. Afinal, um texto de 22 anos merece este respeito, não é mesmo?

Estou emocionada, sem palavras para descrever como foi este meu encontro com o tempo, com o meu passado literário infantil. Para as minhas três coleguinhas, aonde quer que estejam, o meu parabéns pela redação que, aos 7 anos escrevemos juntas! Pena que não posso reproduzir aqui os desenhos que a ilustram, um barato só também!

Depois disso, estou me sentindo assim, como na foto acima: uma fotógrafa do meu passado de escritora mirim, como que vendo uma imagem minha de mais de 20 anos atrás... Quem diria um dia, por exemplo, que a autora de "O Papagaio Colorido" realmente escreveria um livro? Sobre "O Direito Internacional dos Refugiados", então, quem diria? No mínimo irônico, pois o meu papagaio do passado também procurou refúgio em uma verde mata...

=)

É... Fazer faxina pode ser uma coisa e tanto!

Bisous


quarta-feira, 28 de julho de 2010

Faxina

Namastê!


Uma das milhões de coisas que estou tentando colocar e recolocar no lugar estes dias é o meu quarto, ou seja, meus papéis e roupas... Bom demais fazer a energia circular, mas cansativa, empoeirada e chata demais essa tal de faxina!

Wish me luck, please!

Bisous


Blog Abandonado

Namastê!


Genteee, desculpem-me, mas o "blog abandonado" é momentâneo, só até o fim desta semana, prometo!!! Muitas transformações, reformas e compromissos, mas já já tudo se arruma e eu conto tudo, ok? Até amiga grávida e casando eu tenho de novidade (boa, é claro!).

Bisous!


terça-feira, 13 de julho de 2010

Parabéns, Espanha!

Namastê!

Apesar de ter torcido para o Brasil, depois para a Alemanha e depois para a Holanda - ou seja, não fiquei nada satisfeita com a Copa - ontem, ao ver a foto abaixo, finalmente me rendi à Fúria!

E tem como não achar lindinhas demais as duas modernas princesinhas - Infanta Dona Leonor de Todos os Santos de Bourbon e Ortiz + Infanta Dona Sofia de Todos os Santos de Bourbon e Ortiz - fazendo charme para a taça?

É, Iker Casillas, pelo visto até você tem que se dobrar aos encantos de tão fofas e poderosas (pelo menos de nome, por enquanto) menininhas...


Que venha o Brasil, em dose dupla, em 2014!

Bisous


segunda-feira, 12 de julho de 2010

Histórias da Figueira

Namastê!

Mais uma vez me emocionei ao ler um texto do Saramago. Este, que posto hoje, abaixo, foi o discurso dele de agradecimento quando recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, em 1998.  Espero que gostem!

Bisous

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"O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever. Às quatro da madrugada, quando a promessa de um novo dia ainda vinha em terras de França, levantava-se da enxerga e saía para o campo, levando ao pasto a meia dúzia de porcas de cuja fertilidade se alimentavam ele e a mulher. Viviam desta escassez os meus avós maternos, da pequena criação de porcos que, depois do desmame, eram vendidos aos vizinhos da aldeia. Azinhaga de seu nome, na província do Ribatejo. Chamavam-se Jerónimo Melrinho e Josefa Caixinha esses avós, e eram analfabetos um e outro. No Inverno, quando o frio da noite apertava ao ponto de a água dos cântaros gelar dentro da casa, iam buscar às pocilgas os bácoros mais débeis e levavam-nos para a sua cama. Debaixo das mantas grosseiras, o calor dos humanos livrava os animaizinhos do enregelamento e salvava-os de uma morte certa. Ainda que fossem gente de bom caráter, não era por primores de alma compassiva que os dois velhos assim procediam: o que os preocupava, sem sentimentalismos nem retóricas, era proteger o seu ganha-pão, com a naturalidade de quem, para manter a vida, não aprendeu a pensar mais do que o indispensável.

Ajudei muitas vezes este meu avô Jerónimo nas suas andanças de pastor, cavei muitas vezes a terra do quintal anexo à casa e cortei lenha para o lume, muitas vezes, dando voltas e voltas à grande roda de ferro que acionava a bomba, fiz subir a água do poço comunitário e a transportei ao ombro, muitas vezes, às escondidas dos guardas das searas, fui com a minha avó, também pela madrugada, munidos de ancinho, panal e corda, a recolher nos restolhos a palha solta que depois haveria de servir para a cama do gado. E algumas vezes, em noites quentes de Verão, depois da ceia, meu avô me disse: "José, hoje vamos dormir os dois debaixo da figueira". Havia outras duas figueiras, mas aquela, certamente por ser a maior, por ser a mais antiga, por ser a de sempre, era, para toda as pessoas da casa, a figueira. Mais ou menos por antonomásia, palavra erudita que só muitos anos depois viria a conhecer e a saber o que significava... No meio da paz noturna, entre os ramos altos da árvore, uma estrela aparecia-me, e depois, lentamente, escondia-se por trás de uma folha, e, olhando eu noutra direção, tal como um rio correndo em silêncio pelo céu côncavo, surgia a claridade opalescente da Via Láctea, o Caminho de Santiago, como ainda lhe chamávamos na aldeia.


Enquanto o sono não chegava, a noite povoava-se com as histórias e os casos que o meu avô ia contando: lendas, aparições, assombros, episódios singulares, mortes antigas, zaragatas de pau e pedra, palavras de antepassados, um incansável rumor de memórias que me mantinha desperto, ao mesmo tempo que suavemente me acalentava. Nunca pude saber se ele se calava quando se apercebia de que eu tinha adormecido, ou se continuava a falar para não deixar em meio a resposta à pergunta que invariavelmente lhe fazia nas pausas mais demoradas que ele calculadamente metia no relato: "E depois?". Talvez repetisse as histórias para si próprio, quer fosse para não as esquecer, quer fosse para as enriquecer com peripécias novas. Naquela idade minha e naquele tempo de nós todos, nem será preciso dizer que eu imaginava que o meu avô Jerónimo era senhor de toda a ciência do mundo. Quando, à primeira luz da manhã, o canto dos pássaros me despertava, ele já não estava ali, tinha saído para o campo com os seus animais, deixando-me a dormir. Então levantava-me, dobrava a manta e, descalço (na aldeia andei sempre descalço até aos 14 anos), ainda com palhas agarradas ao cabelo, passava da parte cultivada do quintal para a outra onde se encontravam as pocilgas, ao lado da casa. Minha avó, já a pé antes do meu avô, punha-me na frente uma grande tigela de café com pedaços de pão e perguntava-me se tinha dormido bem. Se eu lhe contava algum mau sonho nascido das histórias do avô, ela sempre me tranqüilizava: "Não faças caso, em sonhos não há firmeza".

Pensava então que a minha avó, embora fosse também uma mulher muito sábia, não alcançava as alturas do meu avô, esse que, deitado debaixo da figueira, tendo ao lado o neto José, era capaz de pôr o universo em movimento apenas com duas palavras. Foi só muitos anos depois, quando o meu avô já se tinha ido deste mundo e eu era um homem feito, que vim a compreender que a avó, afinal, também acreditava em sonhos. Outra coisa não poderia significar que, estando ela sentada, uma noite, à porta da sua pobre casa, onde então vivia sozinha, a olhar as estrelas maiores e menores por cima da sua cabeça, tivesse dito estas palavras: "O mundo é tão bonito, e eu tenho tanta pena de morrer". Não disse medo de morrer, disse pena de morrer, como se a vida de pesado e contínuo trabalho que tinha sido a sua estivesse, naquele momento quase final, a receber a graça de uma suprema e derradeira despedida, a consolação da beleza revelada. Estava sentada à porta de uma casa como não creio que tenha havido alguma outra no mundo porque nela viveu gente capaz de dormir com porcos como se fossem os seus próprios filhos, gente que tinha pena de ir-se da vida só porque o mundo era bonito, gente, e este foi o meu avô Jerónimo, pastor e contador de histórias, que, ao pressentir que a morte o vinha buscar, foi despedir-se das árvores do seu quintal, uma por uma, abraçando-se a elas e chorando porque sabia que não as tornaria a ver."



quarta-feira, 7 de julho de 2010

Exagerado (a)

Namastê!

Exagerada? Eu sou demais...

E, não por acaso, esta é a minha música preferida do Cazuza, outro grande exagerado, um artista que, aliás, viveu uma vida de exageros. Largo, como nas palavras dele, canudo, carreira, dinheiro, não respiro, mendigo, ou seja, faço de tudo por algo ou por alguém em que eu acredite.

Como hoje fazem 20 anos que ele faleceu, deixo aqui a minha homenagem.

Bjokas, Cazuza! Além de exagerado, você foi digno até o fim... E isso é para poucos!

Adoooorrroooo!!!

***







quinta-feira, 1 de julho de 2010

Confia e Entrega

Namastê!


Confia e entrega.

Esta é a frase que, segundo alguns exotéricos, melhor simboliza o ano de 2010. Pelo visto, bate certinho comigo, com o meu ano... Assim, nada mais tenho a fazer do que confiar e entregar.

=)

Bisous!