terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ser Criança

Olás!

Sempre que posso, gosto de ir à Praça do Papa.

Além de me sentir pertinho da vida que tive no verão europeu, ou seja, ficar deitada na grama tomando um solzinho, bebendo água de coco (na Suíça era um bom vin blanc ou rosé), eu gosto de ir a esta praça porque lá, ao ver a alegria das crianças soltando pipas, brincando de bola com suas carinhas maravilhadas ao ver os cachorros que ali também estão - curtindo o domingo com seus donos; os dogs, na minha vida, são um capítulo à parte, que eu amo - eu sinto a minha alma mais leve.



Penso, ao ver BH lá de cima, em vários momentos da minha vida, nas minhas angústias, nas pessoas que eu amo e sempre termino pensando o quanto eu gostaria, às vezes, de voltar a ser criança.



Voltar a ser inocente, a não pensar e nem saber das maldades e dores do mundo, a morrer de felicidade por ganhar um simples picolé, a ter um mundo imaginário onde a minha Barbie será sempre linda-feliz-rica-amada, a ser sincera até demais, a não me preocupar...



Eu gostei tanto de ser criança porque, talvez, eu tenha tido uma das melhores infâncias do mundo e me sinto muito privilegiada por isso. Cresci em um prédio na rua Rubi, no Prado, cercada de muitas crianças que, hoje adultas, continuam sendo referência para mim, grandes amigos. Nós, meninos e meninas juntos (quase uns 20), brincávamos de tudo: pique-esconde "valendo o prédio todo", festa americana, de Miss Brasil, de boneca, de maletuxa da Xuxa, nadávamos na casa da Iracema, de correr na rua, de cantar, dançávamos demais, de fazer propaganda de televisão (brincadeira que se tornou séria, já que hoje um de nós é até dono de agência de publicidade), de ciranda, de bicicleta... Uma farra!

Vejo, agora com muita clareza, que nos tornamos adultos (até pais e mães alguns já são) amorosos e estruturados porque, em boa parte, vivemos nossa infância - momento de formação de nossas personalidade e caráter - do melhor modo possível, com respeito e, principalmente, de forma muito saudável.



Sinto falta destes dias e espero, em um futuro próximo, poder curtir a infância dos meus moleques e fazê-los feliz. Poder ter saúde para levá-los à Praça do Papa, para corrermos e brincarmos juntos no alto dos céus da minha cidade, pertinho da Serra do Curral, pertinho de Deus.



Quem sabe, assim, meu desejo de ser criança outra vez possa realizar-se?

Bisous

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